E o próximo é......GE!
Pois é caros bloggers....Depois da compra da divisão de diagnóstico da DPC e da Bayer (com excepção da div.Diabetes) ambas pela Siemens (e notem aqui a origem: Alemã compra Alemã) ficou claro que o mercado iria reagir, sobretudo ao nível das grandes empresas mundiais com divisões de Diagnóstico por Imagem: GE e Philips não quereriam ficar atrás da Siemens. E porque nestas coisas a lógica tem sempre o seu charme, confirmou-se há cerca de 3 dias atrás a compra da divisão diagnóstica dos laboratórios Abbott (excepto as linhas de Diabetes e de Biologia Molecular) pela General Electric pelo singelo valor de 8,13 bilhões de US$. O que há aqui em comum com o primeiro negócio? Vejamos: um gigante mundial que aposta seriamente na área de cuidados de saúde compra a divisão de diagnóstico in Vitro de uma empresa farmacêutica. E depois a questão da filosofia empresarial de ambas as companhias envolvidas: as 2 são americanas e perfeitamente sincronizadas ao nível das culturas corporativas.
Podemos dizer que o epicentro do indústria de Diagnóstico in Vitro mudou em 2006 das multinacionais farmacêuticas para as gigantes mundiais com divisões de Diagnósticos de Imagem. A entrada destes novos players aponta, por um lado, o segmento de diagnóstico in Vitro, com um segmento de grande potencial evolutivo e por outro lado atesta o que já se tinha a certeza: para uma multinacional farmacêutica como Bayer, Abbott e Roche a divisão de diagnóstico raramente completa 20 - 25% da facturação total, mantendo ainda assim margens bem mais baixas e custos operacionais igualmente elevados.
Está claro que para as farmacêuticas o diagnóstico in vitro já perdeu o glamour e não é mais interessante. Mas todas as áreas de Diagnóstico in Vitro? Não...as unidades de negócio da Diabetes e da Biologia Molecular são verdadeiras pérolas que se guardam ao vender a ostra. Se no primeiro caso o volume de vendas e fabulosas margens são fundamentais, no caso da Biologia Molecular pelo futuro que aporta ao desenvolvimento de novos fármacos e novas formas de diagnóstico torna-se um activo com retorno seguríssimo a médio longo prazo.
E o futuro? Não creio que ainda seja desta que compraremos uma bola de crista. Essencialmente há 2 factos que construirão o futuro neste capítulo: uma das farmacêuticas com divisão diagnóstico comprará uma congénere e venderá essa divisão para financiar em parte a fusão ou a mesma farmacêutica poderá ser comprada e o novo comprador venderá seguramente a divisão diagnóstico por ser muito menos atractiva que a farmacêutica. Em todo este processo já temos uma lista de nomeados: do lado das farmacêuticas que mantêm divisão de diagnóstico em alerta laranja para venda temos: Roche (talvez a mais cobiçada do mundo), Johnson & Johnson e Menarini (das mais pequenas). Por outro lado, no outro pólo, temos os potenciais compradores destas divisões: a Philips (que seguramente se movimentará dentro em breve) e a LG que vem tentando trilhar um caminho entre Colossos.
Juntando as peças soltas por este post, temos: Roche (companhia Suíça) e Philips (companhia Holandesa); a Roche terá interesse em fortalecer a sua posição face às fusões entre farmacêuticas que lhe têm vindo a roubar market share e consequentes lugares no ranking (Sanofi+Aventis; Pfizer+Pharmacia; etc, etc) e a Philips tem todo o interesse em aumentar o seu portfólio de soluções de diagnóstico para se manter no mesmo patamar que GE e Siemens; a Roche tem muito interesse na Div.de Biologia Molecular e a Philips também.... Dá que pensar.
Assim, compactando com tudo isto podemos sonhar com :
1º Lugar: Roche e Philips
2ª Lugar: Philips e uma outra companhia de diagnóstico de capital aberto. Fala-se que neste caso poderíamos assistir a mais uma OPA hostil tão na moda...
Veremos as cenas dos próximos capítulos.